
Malditos Inocentes é um projeto que expõe a deterioração humana em todas as suas formas. As músicas abordam injustiças, guerras, corrupção e as mazelas de uma sociedade cada vez mais cruel, suja e narcisista.

Nas esquinas, a guerra urbana aparecia nos olhos cansados dos moradores; nos becos, a corrupção tinha cheiro; nos prédios altos, o narcisismo se escondia atrás de janelas espelhadas. Eu anotava tudo, como se cada palavra fosse uma fotografia da decadência humana.

Ninho de cobras, porque eles pensam
Que estão vivendo nos jardins do Éden
Borrando o mapa, quando eles tentam
Impedir aqueles que impedem
Rasgando o véu, tomando a dor
Olho por olho, votos por favor
Dinheiro sujo, cachê esperto
O que é bom, não é o que dá certoBeijo de Judas
Carinho de um traidorMovendo a lama, roendo o osso
Pagando o preço por cair no poço
Jogando sujo, roubando o jogo
Matando antes para não ser morto
Testa de ferro, embriagado
Sentindo o cheiro que exala ao lado
Investidor ou empresário
Mas que bagunça é a porra do cenárioBeijo de Judas
Carinho de um traidorBeijo de Judas
Beijo de JudasJudas

Na corte do rei, contratos de sangue
O povo ajoelha e só pensa em revanche
Quem tenta lutar, já se perde na trama
O rei se alimenta da dor que proclamaTrono de cinzas, coroa quebrada
A voz que domina, promessa marcada
O ouro é veneno, a ferida é selada
Na mão do tirano, a justiça é caladaCorrentes se arrastam, a noite consome
O grito resiste, o povo com fome
As sombras dominam, o ódio é a lei
A chama que queima por mais de uma vezTrono de cinzas, coroa quebrada
A voz que domina, promessa marcada
O reino se ergue, e nunca acredita
Que o povo desperto, destrói as mentirasTrono de cinzas, coroa quebrada
A voz que domina, promessa marcada
O reino se ergue, e nunca acredita
Que o povo desperto, não sente as feridas

Filhos da mesma terra, separados pelo medo
Crescem sob o eco antigo, de promessas e segredos
Cada lágrima derramada, alimenta um novo grito
E o ciclo nunca acaba, sempre volta ao inícioE líderes seguem falando sobre honra e proteção
Mas a paz se perde fácil quando o ódio é tradiçãoSe no fim ninguém vê a dor que causou
Se cada passo deixa sangue onde pisou
E matam em nome de um bem maior
Mas quem colhe o bem quando só resta o piorSe no fim ninguém vê a dor que causou
Se cada passo deixa sangue onde pisou
E matam em nome de um bem maior
Quem colhe o bem quando só resta o pior

Pontes de ferro queimando no ar
Sangue é petróleo, soldados ao mar
Bandeiras rasgadas que viram carvão
A paz é refém da própria naçãoMísseis e drones, o mundo a cair
Cidades em cinzas, ninguém vai fugir
Do senhor da guerra, o fim vai nascer
O canto da morte a todos vencerE quando o sol parar de brilhar
E a terra ferida deixar de sangrar
No silêncio eterno, o eco do mal
Um planeta sem voz, o juízo finalMísseis e drones, o mundo a cair
Cidades em cinzas, ninguém vai fugir
Do senhor da guerra, o fim vai nascer
O canto da morte a todos vencerE quando o sol parar de brilhar
E a terra ferida deixar de sangrar
No silêncio eterno, o eco do mal
Um planeta sem voz, o juízo final

No bolso de quem manda o tempo dobra, se ajoelha
A verdade vira sombra quando o ouro se assemelha
E quem tenta acender a luz acaba preso na centelha
De um fogo que consome até a própria naturezaE a cidade vai dormindo, sob o fardo dessa trama
Cada rosto refletido, preso na poça de lamaÉ ferrugem nas correntes
É veneno no jardim
É a mão que aperta a outra
Pra esconder o próprio fim
É silêncio que incomoda
É muralha de marfim
É o preço que se cobra
De quem tenta ser assimNos degraus da velha torre, passos fortes, desespero
Nomes trocam de lugar num labirinto traiçoeiro
E a justiça algemada, perde o rumo verdadeiro
Caindo em armadilhas feitas com o nosso dinheiroEnquanto alguém está no topo, controlando esta chama
Decidindo quem respira, quem se vira, quem reclamaÉ ferrugem nas correntes
É veneno no jardim
É a mão que aperta a outra
Pra esconder o próprio fim
É silêncio que incomoda
É muralha de marfim
É o preço que se cobra
De quem tenta ser assimMas toda sombra vira luz, quando nasce uma verdade
Até o mármore se racha, com o peso da maldade
A chuva cai e o vento corta, toda essa falsidade
Devolvendo às vozes mudas, sua própria liberdadeÉ ferrugem nas correntes
É veneno no jardim
É a mão que aperta a outra
Pra esconder o próprio fim
Se a verdade abre caminho
A mentira vai passar
É o dia que renasce
Quando a máscara quebrar

Prometem verdade, entregam veneno
Sorriso comprado, discurso pequeno
A imprensa que vende o herói de ninguém
Ideologia forçada é te fazer de refémÉ tudo teatro, maquiagem e pó
Enquanto te aplaudem, te fazem um nó
Falsos profetas pedindo atenção
Te usam, te sugam, te fazem ladrãoGritam justiça, mas querem poder
Te mostram a noite pra você não ver
O anjo caído governa a nação
Só sobra fumaça e indignaçãoPrometem verdade, entregam veneno
Sorriso comprado, discurso pequeno
A imprensa que vende o herói de ninguém
Ideologia forçada é te fazer de refémÉ tudo teatro, maquiagem e pó
Enquanto te aplaudem, te fazem um nó
Falsos profetas pedindo atenção
Te usam, te sugam, te fazem ladrãoGritam justiça, mas querem poder
Te mostram a noite pra você não ver
O anjo caído governa a nação
Só sobra fumaça e indignação

Na periferia o dia termina em tensão
Dois poderes calam vidas sem razão
As ruas fechadas que nos deixam na prisão
Corroem a alma de quem decide ou nãoÉ fácil julgar sentado em segurança
Difícil é respirar onde a noite não descansa
E quem nada fez se torna alvo no caminho
Onde o medo governa e você segue sozinhoPorque a guerra não escolhe
Mas sempre encontra o fraco
Entre o Estado e o crime
É o inocente que sofre de fato
E quem observa de longe
Traduz desastre como ato
Quem não teme a própria sorte
Não sabe da vida e
Não consegue entender a morteÉ fácil julgar sentado em segurança
Difícil é respirar onde a noite não descansa
E quem nada fez se torna alvo no caminho
Onde o medo governa e você segue sozinhoPorque a guerra não escolhe
Mas sempre encontra o fraco
Entre o Estado e o crime
É o inocente que sofre de fato
E quem observa de longe
Traduz desastre como ato
Quem não teme a própria sorte
Não sabe da vida e
Não consegue entender a morte

Passei anos escrevendo no silêncio, guardando letras que nunca viram a luz. Eram memórias e reflexões presas no papel. Escrevo sobre guerras e injustiças, a sujeira escondida na sociedade e o lado humano que ninguém gosta de admitir. No fim, sempre foi mais sobre composição do que instrumentos, mais sobre sociedades do que indivíduos, mais sobre personalidade do que ideologias políticas.